terça-feira, 7 de maio de 2013

SOCIEDADE E CIÊNCIA


Até quase a metade do século XX não existiam os antibióticos. Certas doenças ou ferimentos tinham a morte como conseqüência; fazer uma operação cesariana era um risco infinito para mãe e criança, enfim, antes dos antibióticos, tudo era de resultado inesperado. 
Claro é que a seleção natural da espécie criava gerações mais fortes que as de hoje, em compensação, a vida média da população era muito baixa. Não havia fartura de Oscar Niemeyer ou Dona Canô por aí, nem tampouco a televisão para celebrar seus altíssimos aniversários. 
Quando a TV se difundiu, tornou-se possível fazer propaganda de campanhas de vacinação e já não era fácil que políticos porcos provocassem revoltas como a da vacina que destruiu o centro do Rio de Janeiro e mesmo de Santos e São Paulo, onde a varíola fazia tantas vítimas. E a vacina, vinda da Europa era um risquinho de ponta de caneta antiga no alto do braço onde se desenvolvia uma bolhinha causada pela reação imunológica do organismo ao vírus atenuado ou desativado em laboratório.
 Foi portanto depois da aliança das inovações técnicas com os meios de comunicação que ficou possível tornar as crianças mais bem defendidas contra doenças epidêmicas. Mais adiante, controlou-se com uma gotinha a poliomielite e certas doenças foram praticamente banidas ou reduzidas de maneira impressionante.
Hoje , tempo das novelas e das sit-com, é praticamente impossível que as famílias não tenham notícia e acesso às campanhas vacinais. As escolas tornaram-se também meio de difusão das campanhas e, as crianças, desde que nascem, já ganham cartões, onde vão construindo sua história de imunizações contra males que antigamente ceifavam tantas delas.
 Maravilha? Pode ser. No entanto, a última campanha de vacinação contra a influenza e o temível vírus H1N1, teve uma resposta pífia, inclusive em nosso município que é tão pequeno e mesmo assim tem dois canais de TV com programação e horários próprios. Tiveram que adiar o fim da campanha. No entanto, a população é estulta o suficiente para votar em palhaços e guardiães de cães de rua. 
Tem algo errado por aí. Deixa essa gente encontrar-se de novo com o vírus da raiva que anda volteando, deixa que voltem a morrer pessoas nos afagos indiscriminados aos “cães comunitários” do “ políticamente correto” José Serra, para então chorar o paraíso perdido.
 Deixem a lepra retornar com vigor por falta de diagnóstico, sacralizem o Rio Tietê, banhem-se nas bostas sagradas, e saibam: se o Haiti é aqui, a Índia já está sendo também. Confiem nos antibióticos. O uso excessivo já tornou-os resistentes a um enorme número de doenças, antes tratáveis, hoje, motivo de susto e apreensão.

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