Até quase a metade do século XX não existiam os
antibióticos. Certas doenças ou ferimentos tinham a morte como conseqüência;
fazer uma operação cesariana era um risco infinito para mãe e criança, enfim,
antes dos antibióticos, tudo era de resultado inesperado.
Claro é que a seleção
natural da espécie criava gerações mais fortes que as de hoje, em compensação,
a vida média da população era muito baixa. Não havia fartura de Oscar Niemeyer
ou Dona Canô por aí, nem tampouco a televisão para celebrar seus altíssimos
aniversários.
Quando a TV se difundiu, tornou-se possível fazer propaganda de
campanhas de vacinação e já não era fácil que políticos porcos provocassem
revoltas como a da vacina que destruiu o centro do Rio de Janeiro e mesmo de
Santos e São Paulo, onde a varíola fazia tantas vítimas. E a vacina, vinda da
Europa era um risquinho de ponta de caneta antiga no alto do braço onde se
desenvolvia uma bolhinha causada pela reação imunológica do organismo ao vírus atenuado
ou desativado em laboratório.
Foi portanto depois da aliança das inovações
técnicas com os meios de comunicação que ficou possível tornar as crianças mais
bem defendidas contra doenças epidêmicas. Mais adiante, controlou-se com uma
gotinha a poliomielite e certas doenças foram praticamente banidas ou reduzidas
de maneira impressionante.
Hoje , tempo das novelas e das sit-com, é
praticamente impossível que as famílias não tenham notícia e acesso às
campanhas vacinais. As escolas tornaram-se também meio de difusão das campanhas
e, as crianças, desde que nascem, já ganham cartões, onde vão construindo sua
história de imunizações contra males que antigamente ceifavam tantas delas.
Maravilha? Pode ser. No entanto, a última campanha de vacinação contra a
influenza e o temível vírus H1N1, teve uma resposta pífia, inclusive em nosso
município que é tão pequeno e mesmo assim tem dois canais de TV com programação
e horários próprios. Tiveram que adiar o fim da campanha. No entanto, a
população é estulta o suficiente para votar em palhaços e guardiães de cães de
rua.
Tem algo errado por aí. Deixa essa gente encontrar-se de novo com o vírus
da raiva que anda volteando, deixa que voltem a morrer pessoas nos afagos
indiscriminados aos “cães comunitários” do “ políticamente correto” José Serra,
para então chorar o paraíso perdido.
Deixem a lepra retornar com vigor por
falta de diagnóstico, sacralizem o Rio Tietê, banhem-se nas bostas sagradas, e
saibam: se o Haiti é aqui, a Índia já está sendo também. Confiem nos
antibióticos. O uso excessivo já tornou-os resistentes a um enorme número de
doenças, antes tratáveis, hoje, motivo de susto e apreensão.
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