sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Retiro de vez em quando é bom

Fiquei parada com meu blog durante um bom tempo. Estimulei o Blog do meu amigo Jônatas de forma que ele aprendeu, criou, tornou-se assíduo e eu fiquei para trás. Durante esse periodo de retiro...bom, melhor talvez recesso, fiz muitas coisas. Cuidei de mim mesma, de minha saúde que andou frágil, li literatura africana de maneira compulsiva, passei por autores e lugares que jamais havia conhecido, me diverti, escrevi todas as semanas meus artigos para o jornal, provoquei os leitores, soltei as frangas e o galinheiro todo. Fiz resenha de livro, dei entrevistas, repousei minha coluna e amei.
Tratar um periodo assim como Retiro tem a ver com a escola de freiras onde estudei. Todo ano faziamos nosso "retiro espiritual" que era acompanhado de muita reza e pouca comida, tinha essa coisa de ascetismo meio medieval, mas como a escola era para meninas e todas as adolescentes estavam em plena ebulição hormonal, muitas vezes era difícil manter a proposta das freiras. O retiro mais significativo que fiz foi o que se iniciou na morte do Papa Pio XII. Nós ficamos em retiro espiritual durante todo o tempo em que o Colégio Cardinalício ficou reunido para escolher o novo papa e a fumaça branca saisse da chamimé sagrada do Vaticano. Não lembro quantos dias foram, mas quando escolheram finalmente o Papa João XXIII, suspiramos aliviadas pois o destino da humanidade estava "salvo". E nós, doces ovelhinhas do Senhor, estávamos livres. Até hoje meu joelho doi quando faço genuflexão, no entanto tenho que reconhecer que João XXIII foi o grande papa do século XX, ainda que hoje eu não tenha mais nenhum vínculo com a Igreja Católica e minha visão sobre ela seja apenas histórica e antropológica. Como percebem, o passado me diverte, seja ele remoto ou próximo. E o meu último retiro aconteceu por minha livre vontade, sem cargas religiosas. Liberdade, liberdade. Nada mais me interessa.

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