sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Onde se vive, onde se morre


Falo com uma porção de gente. São aqueles que entram na internet e se dispõe a um diálogo. Mas, atualmente, confesso que essa forma virtual de viver tem me deixado bastante incomodada . Sucede que, nas redes sociais, recebe-se o que se quer, mas também o que nem por brincadeira se pretende receber. Existe um trânsito sem fim de mensagens que são repassadas sem o menor pudor. Detesto, por exemplo as mensagens de pregação religiosa, as de auto ajuda, as sarcásticas com o mal do próximo. E imagino o quanto vou ficar louca na época das eleições, pois nenhum político atual vai ficar fora da nova forma de abordagem.

Existem prazeres que são insubstituíveis, como o de freqüentar uma boa banca de jornal (adoro ir ao Patão), uma livraria, ver as cores das vitrines, sentar e comer um pastel chinês. Mas até isso fica difícil muitas vezes.

Sábado fui à Suzano. Eu queria dar um pulinho na livraria Nobel de lá para ver os lançamentos da hora. Fui, porém quase não voltei. O Shopping da cidade vizinha estava tão cheio que dava a impressão que a metade da população local tinha tido a mesma idéia que eu. Achei ótimos livros na Nobel, e enquanto media o movimento da loja e a extensão do acervo atualizado e disponível, ocorreu-me que moro numa cidade burra. Burra mesmo, que não suportou outra livraria fora a raquítica Saraiva que há no Mogi Shopping. A Nobel em Mogi ficou tão pouco tempo, e era uma livraria gracinha, com tudo para dar certo,livros, café e cadeiras deliciosas para os bate-papos de fim de tarde, mas, aqui, morreu! Ô minha Santana, como é que fazem do teu dia um feriado e não levam em conta que a Senhora tem por atributo o livro? Então, eu fico dolorida ao ver que Mogi tem duas universidades, outras instituições de ensino superior, mas o que faz a cidade agitar é a Faculdade “Amarelinho” com sua oferta de cerveja e porções de salgadinhos... Será que não tem nada errado aí?

Segunda fui ao Shopping daqui. Sete horas da noite, o monstro de concreto dormitava. Calma demais para um quinto dia útil. E onde estariam as pessoas? Vendo novelas? Sentadas em frente aos seus computadores?

Pior, uma cidade sem capacidade de mobilização para movimentos sociais. Então, as pérolas: Lixão, aqui não. Corretíssimo, ninguém suporta viver perto de um local fedorento e juntador de gases futuramente explosivos. Mas eu ouvi por aí que alguns pedem a construção de um aeroporto lá no mesmo Taboão. Você tem idéia do que é morar perto de um aeroporto internacional com dezenas e dezenas de turbinas de jatos chegando e partindo? Não. Não tem. E, se tiver e assim mesmo aceitar a quebra da nossa bucólica paz, sou obrigada a confirmar. A burrice é maior do que eu esperava.

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