sexta-feira, 27 de junho de 2008

PARA A MAMÃE DESESPERADA

Minha vizinha divorciada de 40 anos está paquerando meu filho de 16, e o pior, é que ele gosta...
Querida Jocasta:
Confesso que sua carta me divertiu muito. Imagino o bebê, a quem você retirou recentemente das fraldas, às voltas com uma pedófila fogosa, dona de perigos e conhecimentos que você nem suspeita... Lembrou-me um filme antigo de muito sucesso chamado “A primeira noite de um homem”. Pelo menos naquele filme o mocinho (Dustin Hoffman,1967) era ingênuo de verdade, mas eu aposto uma trufa de maracujá que os garotos de 16 anos de hoje, nada tem daquela inocência antiga. Também, pode desencanar, pois o seu guri nem de longe pretende lhe substituir.
Recorda-se de como antigamente os meninos eram iniciados? O pai, ou os amigos mais velhos, em certa noite de corujas piadoras, levavam o postulante a macho para a zona e pagavam uma tia maquiada como arara para fazer o adolescente virar homem. Era isso que você gostaria para seu filho? Ou então preferiria que ele desse uma rapidinha com a colega de classe, atrás do muro do colégio?
Sai dessa, minha amiga. Logo, ou ele se enjoará das manias dela ou ela se cansará de ser objeto das transas infantis e apressadas do seu filho. Digamos que, nesse momento, ele está testando sua masculinidade e ela calibrando sua capacidade de sedução. Não há amor que resista a tanta curiosidade distonante. Se você interferir nesta paixão de minuto, não só cairá no ridículo como correrá o risco de ganhar de presente aquele CD horrível que diz que panela velha também faz comida boa.
Mas há coisas positivas que você pode fazer por seu filho. Uma delas é dialogar bastante sobre coisas da vida. Coisas simples, coisas de amiga. Outra, é comprar para ele uma embalagem hospitalar de camisinhas e, sugerir ao menino que sexo seguro é coisa de cidadão de respeito.
Carinhosamente,
Ivone

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