Não gosto de futebol.
Menos ainda de ser minoria oprimida pela maioria. Tenho um amigo que viajou
para Austrália a fim de se livrar da balburdia brasileira da Copa. Como não
tenho dinheiro para tanto, reduzi-me ao retiro do lar onde o televisor está
sempre desligado. O que me chega da rua é um pouco do som de vuvuzelas e alguns
rojões que assustam meus cachorros. Enquanto tantos tolos correm nos campos
atrás de uma única bola, os que foram aos estádios começam por xingar nossa
presidente e instala-se um clima de ludibriar a vigilância para assistir o jogo
de graça. Os que pagaram alto preço por um ingresso, sujam os estádios como
porcos em seus chiqueiros, e então, grupos de japoneses fazem a coleta da
imundície brasileira para levá-la ao lixo. Este fato constatei na internet, e
tive vergonha. Também odiei as atitudes racistas e as homofóbicas que se
fizeram presentes em vários jogos.
Não creio que o Brasil
possa levar o título.Se o fizer, será mais sorte do que talento. E, mesmo que
ganhe, o que será o país no Day After? Estaremos todos pagando caro a péssima
condução que nos leva ao trabalho. Voltaremos às linhas de produção, às
escolas, aos estabelecimentos comerciais e o valor do Real será o mesmo de
todos os dias, comprando cada vez menos. Os professores continuarão a
domesticar os alunos e, então começará uma outra empreitada: a Campanha
Eleitoral. Os resultados da Copa serão certamente usados como instrumento da
situação ou da oposição, mas, nós eleitores nada temos a ver com isso. Não
chamamos este evento para cá nem respondemos pelos gastos que ele nos trouxe.
Mesmo assim o dinheiro público foi utilizado para gastos que nem sequer foram
decididos pela Senhora Presidente. Foi a herança maldita do governo anterior,
mas o barril de cachaça terá tirado seu time de campo, pois há outros que podem
ser fritos em seu lugar.
Nos últimos tempos só
houve oportunidade de mandar uns poucos para a Papuda. Agora, falta mandar a
escória do PSDB que tem tantos escroques quanto o PT. Quando eu era professora
do Mestrado na UFRJ, tive uma aluna que era professora da rede em São Paulo mas
tirava continuadamente licenças médicas para permanecer no Rio de Janeiro.
Indagada sobre essa "facilidade",ela prontamente respondeu: "Lá
no Vale, onde moro, tem um médico fazendo carreira política. Então ele me dá os
atestados e lá em casa fazemos campanhas para ele!"Você já viu carioca
ficar assustado? Pois eu vi. Então vamos às falas: Nosso país precisa ou não
ser todo repensado? Os políticos, seja lá de que partido venham, tem que ter a
vida levantada e monitorada em todos os aspectos. Só assim aparecerão caras
novas e, talvez, mais honestas. Em tempo, essa será a última eleição que terá
meu voto compulsório.
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