quarta-feira, 6 de junho de 2012

CONTRAMÃO

DURA VIDA DE POLÍTICO




Meus queridos leitores, estou de volta e agradeço aos muitos que reclamaram minha ausência no jornal. Hão de convir comigo que, de vez em quando a máquina cerebral precisa ser azeitada para funcionar melhor, porém, consertei o que precisava e retornei para matar as saudades do jornal e iniciar uma nova fase. Desta vez, inauguro uma coluna de nome Contramão, pois me ocorre muitas vezes que a sociedade segue em fluxo contínuo pela linha certa, até ser atropelada por uma ou mais pessoas que vem em sentido contrário para badernar os rumos corretos em que andamos. É natural que esta coluna tratará do insólito e por vezes do dolorido, mas, quem sabe, ela não irá contribuir para por em causa acontecimentos que nos parecem banais, no entanto são ofensivas e aviltantes e nós, no fluxo da placa de trânsito, estamos tão acostumados a ver que nem reclamamos mais.

Para primeira trombada escolhi a que é mais geral ao país: Vida de Político. Quem, em sã consciência é capaz de assistir noticiários sem se enervar? Respondo: NÒS. E querem saber por que? De tão longa data vemos as pessoas crescerem sem mérito, enriquecerem sem trabalhar, gastarem nosso dinheiro com terras, mansões, vagabundas, viagens sem proveito social, banquetes romanos e outras coisas mais, totalmente fora da lei, e nós, que só fazemos na vida trabalhar, pagar impostos e caminhar nos trilhos da norma social, calamos acompanhando a novela das empreguetes ou a da Maria Chuteira, rindo das contradições como se elas não fossem nossas, como se não fossemos espoliados quando o direito de outrem é desrespeitado na telinha e na vida.

E agora, no cenário da política, vemos tribunos da plebe calarem quando nós os pagamos para falar, e falar muito. Não me admira que o palhaço Tiririca, deputado escória do riso popular, fique sem processo por falta de decoro quando declarou simploriamente que vai concorrer como “puxador de votos”. Cansados de levar trombada de quem vem na contramão da decência, calamos qual cabra recém parida no pasto.

Cabe na cabeça de alguém (que não seja empreguete diarista), que as instituições políticas de Brasília recebam deputados e senadores para ajuntamentos que vão de terça a quinta feira? E que calem quando indagados sobre seus atos quando arguidos por comissões de inquérito da própria assembléia? Neguem ou confirmem, mas falem, pois o único instrumento que o político de Brasília tem é exatamente a voz, para fazer discursos, conchavos, negócios que talvez não possam ser registrados em papel.

Pagos para falar, pagos para defender causas, pagos para argumentar, pagos para defender os incautos, as vítimas da mão de obra escrava...quando sabemos que há políticos escravocratas. E as pessoas riem das empreguetes. No entanto, a maioria delas não tem registro, INSS, férias, horários respeitados, vale transporte e por aí vai.

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