Imagine você, meu companheiro , que um dia fomos para o agreste pernambucano e lá tivemos que sobreviver. Coca Cola? Sim, isso não falta em lugar algum. Mas, e a comida? Come-se o que há para vender na região. Então, que tal experimentar umas empadinhas de carne, crocantes e saborosas? Vamos lá, a fome é sempre maior que o senso crítico: as empadas, amigo, são mais gostosas que o pão borrachento usado para os sandubas de mortadela. Então, duas Cocas e quatro empadas. Tudo sem saber que, no longo processo de digestão, o seu organismo vai metabolizar e jogar na corrente sanguínea o que está contido nos melados da Coca Cola e nas massas e proteínas das empadas. É isso aí. Podemos continuar nosso caminho, nosso estômago aliviado. E agora, para onde vamos? É tão bom caminhar ao léu... Melhor ainda, depois de dias e dias de caminhada, conhecemos mais um pouco do Brasil e estamos em casa, no conforto do leito e no bem bom da mesa, quando, ligamos a televisão e ela nos mostra o filme da região por onde andamos... Só que a notícia é das mais terríveis: Um homem e suas duas mulheres assassinavam pessoas e, depois, aproveitavam o que não comiam para rechear as deliciosas empadas que vocês comeram. Comovente, não? Vocês também participaram desta insana comunhão, se bem que involuntariamente.
E agora? Há um só banheiro na casa, pouco espaço para vomitar. E vomitar também não ajuda, já está tudo metabolizado... Então, o coração se angustia. Meu Deus, comi carne humana sem saber, acabo sendo a cadeia final deste banquete macabro e nada posso fazer. Ora, deixa pra lá. Sua má experiência não foi a única nesta terra onde nosso maior canibalismo é comer o Corpo de Deus na santa comunhão. Eis o mistério da fé!
Bem, os assassinos já estão presos, sua casa foi incendiada pelo povo enojado. Mas, cuide-se. Pode ser que a experiência se repita, a gente nunca sabe.
Na Alemanha, durante a Segunda Guerra, fuzilaram uma velhinha bondosa que vendia bolinhos aos soldados. E os bolinhos eram feitos de algum incauto que ela atraía, matava, descarnava e aproveitava... Assim contava minha avó.
Quanto a mim, lembro de ter ido visitar uma amiga com bebê recém-nascido no Parque Continental, em São Paulo. Minha amiga Dirce fez um chá para nos oferecer. Disse apenas que a água não andava muito bem então ela fervia duas vezes. Tomamos os nossos goles de chá e voltamos para casa. Dias depois, Dirce telefonou: Sabem por que a água estava estranha? Porque mataram um homem e jogaram o corpo na caixa d’agua do condomínio. Tudo bem, você comeu empada de gente, eu e meu marido tomamos chá de defunto. Fique calmo. Existe sim pecado do lado de baixo do Equador, contrariando o velho Chico Buarque.
E agora? Há um só banheiro na casa, pouco espaço para vomitar. E vomitar também não ajuda, já está tudo metabolizado... Então, o coração se angustia. Meu Deus, comi carne humana sem saber, acabo sendo a cadeia final deste banquete macabro e nada posso fazer. Ora, deixa pra lá. Sua má experiência não foi a única nesta terra onde nosso maior canibalismo é comer o Corpo de Deus na santa comunhão. Eis o mistério da fé!
Bem, os assassinos já estão presos, sua casa foi incendiada pelo povo enojado. Mas, cuide-se. Pode ser que a experiência se repita, a gente nunca sabe.
Na Alemanha, durante a Segunda Guerra, fuzilaram uma velhinha bondosa que vendia bolinhos aos soldados. E os bolinhos eram feitos de algum incauto que ela atraía, matava, descarnava e aproveitava... Assim contava minha avó.
Quanto a mim, lembro de ter ido visitar uma amiga com bebê recém-nascido no Parque Continental, em São Paulo. Minha amiga Dirce fez um chá para nos oferecer. Disse apenas que a água não andava muito bem então ela fervia duas vezes. Tomamos os nossos goles de chá e voltamos para casa. Dias depois, Dirce telefonou: Sabem por que a água estava estranha? Porque mataram um homem e jogaram o corpo na caixa d’agua do condomínio. Tudo bem, você comeu empada de gente, eu e meu marido tomamos chá de defunto. Fique calmo. Existe sim pecado do lado de baixo do Equador, contrariando o velho Chico Buarque.
Um comentário:
Kredo, Karamiga, você está me lembrando aquela peça de Shakespeare, em que há um banquete com carne humana. Os pais comem os filhos ou os filhos comem os pais. Sem saber. A peça se chama Tito Andrônico e eu preciso reler porque esqueci a história.
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